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Hoje, 21 de junho, é dia de memorar um importante ancestral brasileiro: o nosso Patrono da Abolição da Escravidão, Luís Gama (1830-1882). Filho de Luísa Mahin e de um fidalgo português, nasceu em Salvador e ainda criança foi vendido como escravo pelo pai. Depois de ter sido revendido até chegar em São Paulo, fazia serviços domésticos na casa do "negociante e contrabandista" Antônio Pereira Cardoso, e através de um hóspede, teve seu primeiro contato com as letras ainda na adolescência. Em 1848 conseguiu fugir e provar sua liberdade por ser filho de uma africana livre.
Desde então, trabalhou como praça e copista para um major. Em 1859, publicou sua primeira obra "Primeiras trovas burlescas de Getulino", com versos ácidos que expunha as desigualdades sociais e raciais da sociedade paulista. É desta publicação que saiu seu poema mais famoso, intitulado "Quem sou eu?" ou "A Borrada".
Por volta dos anos 60, sua atuação política em prol da abolição com seus escritos jornalísticos e seus serviços de advocacia para escravizados intensificam-se. Nos seus próprios dizeres: “Eu advogo de graça, por dedicação sincera à causa dos desgraçados; não pretendo lucros, não temo represálias”. (Correio Paulistano, 20 de nov. de 1869)
Seus escritos não apenas criticavam abertamente a permanência do sistema escravista, como também provocava os negros que não se posicionavam por sua suposta "branquitude". Existe uma expectativa de que seus serviços de advocacia tenham libertado cerca de 500 escravizados. Faleceu em 24 de agosto de 1882 em São Paulo, deixando a marca de uma verdadeira "defensoria" popular.
Fonte: Portal Literafro
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