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Viva a memória do ancestral Aimé Césaire, o pai da "negritude"!
Aimé Fernand David Césaire nasceu em 26 de junho de 1913, na província de Basse-Point localizada na ilha de posse francesa Martinica no Caribe. Fora um aluno brilhante na Liceu Schœlcher na província de Fort-de-France e ganhou uma bolsa pelo governo francês para completar os estudos secundários no Liceu Louis le Grand em Paris.
É dentro dessa escola que Césaire estabelece contato com Léopold Sédar Senghor, que viria a ser seu amigo e grande parceiro intelectual. Nesse mesmo período, também conheceu outros estudantes africanos e começa a ter uma forte consciência anticolonial e sobre a identidade de sua terra natal. Em 1934 com outros estudantes guianeses e senegaleses funda o jornal L'Étudiante Noir (O Estudante Negro), cujo registra-se pela primeira vez o termo "negritude", forjado por Césaire como uma reação ao colonialismo francês e as constantes práticas de assimilação cultural e desvalorização das referências africanas.
Poucos anos depois, casa-se e regressa para Martinica para trabalhar como professor na escola que estudou. Com o auxílio de sua esposa Suzanne Césaire, funda em 1941 a revista "Tropiques", cujo seus objetivos pautavam-se na valorização da cultura martiniquesa - no entanto, durante as guerras mundiais, a ilha sofre com o isolamento econômico francês, e revista passa por dificuldades financeiras e de censura do governo local. Ainda assim, Césaire tem uma forte atuação política em seu país, sendo deputado por décadas e centrado na autonomia de deus país e nas armadilhas coloniais impostas à região.
Em 1950 funda em Paris a revista Presences Africaines (Presença Africana), responsável por publicar ensaios romances de vários autores da diáspora, e sua principal obra, o "Discurso sobre colonialismo". O autor também tinha relações com o Partido Comunista Francês, até ter algumas dissidências internas. No ano de 1958 funda o Partido Progressista Martiniquês (PPM), que tinha por ambição a construção de um comunismo local com mais "responsabilidade no pensamento e na ação".
A vida do escritor surrealista dividiu-se entre a política e a poesia, e tantas vezes as uniu com maestria. Aimé Césaire publicou quatorze obras entre poesias, peças de teatro, ensaios e discursos. Faleceu em 17 de abril de 2008 sob homenagens e saudações do mundo inteiro.
Fonte: Geledés - https://www.geledes.org.br/aime-cesaire/
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