📅 CALENDÁRIO NEAFRAR ✊🏿
Celebremos a viva do grande ancestral e poeta, Solano Trindade!
Francisco Solado Trindade nasceu no Recife-PE, filho do sapateiro Manoel Abílio e da doméstica Emerenciana Quituteira. Desde pequeno tinha uma forte conexão com as artes populares, sendo levado pelo pai nos dias de folga para apreciar as danças de Bumba-meu-boi, frevo e maracatu nas ruas recifenses. Sua mãe, que era analfabeta, gentilmente lhe pedia para que lesse novelas, cordéis e poesias românticas, coisas que ambos apreciavam.
Na década de 1930, a ascensão do nazismo e fascismo na Europa acabou por intensificar as polarizações políticas e pautas sobre "raça", o que no Brasil fez surgir com o discurso nazi-fascista adaptado aos trópicos o movimento integralista de Plínio Salgado. No entanto, fortaleciam-se também os movimentos negros nacionais como a Imprensa Negra e a Frente Negra Brasileira. Neste período, Trindade participava do I Congresso Afro-brasileiro, organizado por Gilberto Freyre em Recife. Depois, em 1936, fundava com a ajuda de outros artistas a Frente Negra Pernambucana e o Centro de Cultura Afro-brasileira - no mesmo ano, publicava seu primeiro livro "Poemas negros".
Desde então, publicou outros livros de poesia aclamados pela crítica literária. No início da década de 1950, baseado nas experiências do Teatro Experimental do Negro, Trindade cria na Baixada Fluminense (RJ) o Teatro Popular Brasileiro, cujo elenco eram domésticas, operários e estudantes. Nos anos 60, muda-se para o Embu em São Paulo, contribuindo para a dinamização artística local pelo artesanato, pintura e teatro, transformando a cidade no "Embu das Artes". Infelizmente, faleceu pobre e esquecido em 1974, vítima de pneumonia.
Salve Solano Trindade, viva a arte preta e popular! ✍🏿📚🎭
Fonte: Portal Literafro
Autoria: Ana Luiza Souza Jesus

