📅 CALENDÁRIO NEAFRAR ✊🏿
Viva Manuel Querino e sua atuação pioneira pela classe trabalhadora e intelectualidade negra!
Por volta dos anos 1860 foi convocado para a Guerra do Paraguai e trabalhou como escriba de seu batalhão. Findado o conflito em março de 1870, Querino retorna a Salvador e passa a trabalhar como pintor durante o dia e estudando humanidades pela noite, no recém-criado Liceu de Artes e Ofícios da Bahia. Posteriormente estudou Desenho e Arquitetura na Academia de Belas-Artes.
Sua atuação política foi intensa. Posicionava-se favorável a abolição da escravidão, escrevendo artigos para jornais e discursando na Sociedade Libertadora Baiana. Participou de reuniões entre operários na construção civil e contribuiu na construção da Liga Operária Baiana. Após a absolvição do grupo, cria em 1877 o jornal de opinião - ou nos dizeres atuais, "jornal militante" - chamado "A Província", onde publicada ideais abolicionistas e republicanos.
Teve outras atuações em grupos políticos e da causa trabalhadora, mas no final do século XIX decide focar de vez em seus estudos e abdicar da política. Nesse período, Querino trouxe contribuições importantes para a valorização do negro na formação social e cultural brasileira, em especial, baiana. Publicou ensaios importantes como "O Colono Preto como Fator de Civilização Brasileira", este uma resposta direta à Nina Rodrigues; além de outros como "A arte culinária na Bahia" (1916) e sua obra póstuma, "Costumes Africanos no Brasil" (1938).
Ele é considerado o primeiro intelectual a enfatizar positivamente a participação negra em nossa formação, sendo colocado também como um dos percursores da Antropologia no Brasil. Faleceu em Salvador, no dia 14 de fevereiro de 1923, vítima de malária.
Fonte: Museu AFROBrasil
Autoria: Ana Luiza Souza Jesus
